terça-feira, 23 de junho de 2009

Av. Borges de Medeiros, altura da Rua General Tasso Fragoso - Junho de 2009

A história da Lagoa-Ipanema-Leblon é cheia de altos e baixos. Nos anos de 1600, um antigo governador chamado Antonio Salema, cobiçava para si as terras que compõe a região. Acontece que ela era ocupada por índios. Salema não se fez de rogado: Espalhou pela região roupas infectadas por varíola. Os índios encontraram as roupas, vestiram e, claro, morreram todos.
Salema tomou posse de todas as terras da região.
É considerada por muitos como a primeira guerra bacteriológica da história.
Toda a região, com suas margens baixas e alagadiças, sempre foi sujeita a enchentes.
Acreditava-se que miasmas doentios e fantasmagóricos emanavam do espelho d'água matando peixes e deixando um insuportável cheiro de podre em toda a região. A única ligação da Lagoa com o mar, antes da construção do canal da rua Visconde de Albuqueque, era o local que mais tarde viria a ser conhecido como Jardim de Alá (com outra configuração). A maré, em determinadas épocas do ano, desloca as areias da praia no sentido Leblon - Ipanema e em outros períodos, em sentido contrário. Esta movimentação de areia, tapava o canal do Jardim de Alá, o que provocava a cheia da Lagoa e o alagamento de suas margens. Tal movimentação de água, que antigamente era doce, propiciava a proliferação de mosquitos que atacavam a todos.
Por conta de ser considerado um lugar insalubre, "sem solução" e, portanto, desvalorizado no mercado imobiliário geral da cidade, atraiu grandes massas de moradores de baixíssima renda, gerando várias e grandes favelas em toda a região.
Em meados do século XX, existiam as favelas da Praia do Pinto, Catacumba, Jockey, da Gávea, a Paula Machado e outras cujos nomes não me recordo.
Carlos Sampaio começa a aterrar a orla da Lagoa, avançando por sobre a água. A rua Jardim Botânico localizava-se às margens da Lagoa. As águas da Lagoa iam até a Igreja do início da Rua Marques de São Vicente. Todo o Jockey Club está sobre aterro, assim como o Clube do Flamengo, a Escola Municipal George Pfisterer, Ciep Nação Rubro Negra, Clube Paissandú, ABB,
Sirio Libanes e outros. As ilhas onde se localizam o Caiçara e o Clube Naval aumentaram de tamanho várias vezes.
O fundo da Lagoa, contudo, é composto do que se chama de "lodo ativo". É um lodo finíssimo, encharcado de água, de díficil aterramento. Até os dias atuais alguns locais da Lagoa afundam inundando as pistas da ciclocia da Lagoa, ou outras, como por exemplo a entrada da Hípica, cujo portal está completamente torto e já afundou vários metros.
Em grande parte da Orla da Lagoa foram plantados pés de eucalíptos e casuarinos.
Estas árvores, ambas de grande porte, são conhecidas por ajudam a drenar o solo, já que sugam grande quantidade de água do solo onde se encontram. As árvores, portanto, ajudaram a "secar" o terreno que era aterrado (veja foto).
Atualmente comete-se, portanto, um grande erro quando se corta as casuarinas e eucaliptos, conforme a foto a seguir, para plantar outro tipo de árvore.
Vamos ver o que acontece no futuro.

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